A ESCOLA, O PROFESSOR E AS TECNOLOGIAS
Autora: Ana Virginia Petzhold
Na era da globalização e dos avanços científicos em que vivemos, a educação aparece com exigências ainda maiores no que diz respeito à sua qualidade, o que faz das tecnologias um tema muito importante e de muito estudo por parte dos educadores que hoje se deparam com essa nova forma de interagir com o aluno.
Nesse contexto a informática tem sido considerada como um evento quase mágico que cai sobre a escola para resolver todos seus problemas. Mas o simples fato de introduzir os computadores nas escolas não garante a solução os problemas educacionais, podendo ser usado apenas como mais um instrumento.
Algumas vezes os laboratórios de informática ou computação acabam sob o controle de um técnico ou especialista e com um currículo voltado para o uso do computador, passando a ser mais uma disciplina da grade ou matriz curricular.
Por outro lado, a falta deste profissional em algumas escolas acaba sendo empecilho ou desculpa para os professores não usarem estas ferramentas na sua prática docente.
A utilização desse recurso também é visto como sinal de novidade, modernidade, servindo inclusive como chamarisco para os pais efetuarem a matrícula nessa escola devido a computação que a mesma oferece. Se assim for corremos o risco de utilizar recursos inovadores de maneira tradicional.
A possibilidade com que a informática será apresentada tem como agente transformador ou conservador o professor. Está centrado em seu fazer pedagógico o uso que o computador terá no contexto escolar.
Entende-se que a principal tarefa do uso da informática na educação é a de romper com barreiras, paradigmas ultrapassados que não contribuem para o desenvolvimento integral do educando e nem possibilitam ao educador o mesmo.
Ao mesmo tempo que promete novas possibilidades para a educação, a utilização de tecnologias no ensino exige do professor dominar as funções básicas dos computadores, planejar e organizar aulas utilizando os recursos da informática e repassar os conteúdos a partir do computador. Então, surge a indagação: os professores estão prontos para essa nova função?
Os professores e a informática
A escola, nos dias atuais, vem passando por uma série de questionamentos principalmente quanto a sua ritualização, conteúdos preestabelecidos e fragmentados, carga horária, calendário, o pedagógico centrado no giz, no quadro e na palavra do professor.
Os gestores das escolas públicas e privadas preocupados com a modernização do ensino montam laboratórios de informática e o desejo de todos os envolvidos é oferecer um programa a seus alunos que a contemple. Mas a prática pedagógica não é alterada simplesmente através de uma imposição externa, que acontece em relação ao professor, para que estes adotem no seu cotidiano, a utilização da informática é preciso que esta seja vivenciada pelos mesmos.
A forma como os professores se relacionam com a tecnologia dependerá também de sua história individual, dos saberes construídos, do contexto em que está inserido, da forma como se relaciona com os alunos. Faz-se necessário o desenvolvimento de novas competências que exige a construção de conhecimentos que não fizeram parte usualmente da formação inicial do docente. Surgem, então, situações pouco familiares ao fazer docente.
O uso das tecnologias vão exigir novos modos de fazer aquilo que já se vinha fazendo. Isso mexe com as pessoas, altera suas posições em relação ao trabalho e ao modo como entendem suas funções. Representam perigos mas também possibilidades, novas oportunidades.
As reações dos professores com a informática são extremadas. Alguns acreditam que tudo se resolverá por seu intermédio, outros acreditam que não passam de utopia. Outros ainda a percebem como risco de substituição do papel docente no processo ensino e aprendizagem. Preocupam-se ainda com o fato de não serem mais o centro do saber e que ainda tenham que admitir serem analfabetos digitais, muitos com medos, receios que não foram superados quanto aos recursos tecnológicos.
Os alunos da atualidade são crianças e adolescentes que já nasceram nesta sociedade tecnológica, pertencem a essa geração computadorizada. Indicam um novo processo de produção do conhecimento, ainda desconhecido e não praticado pela escola. Para isso é preciso estar atento e aberto para essas novas formas de aprender propiciadas pelas novas tecnologias e criar novas formas de ensinar, sob a pena de a escola se tornar obsoleta.
Assim, para que a tecnologia da informação e da comunicação seja incorporada ao sistema educacional e provoque mudanças significativas, é necessário, sim, que os computadores não sejam apenas colocados nas escolas, mas que os professores recebam formação continuada preocupada em criar outras formas de ensinar.
Os professores e a formação continuada
Muitos professores quando se referem a essa formação continuada a denominam de treinamento, orientação, preparação, capacitação sempre com um sentido técnico. A formação deve ser pensada para um trabalho pedagógico que exija do professor um novo fazer.
Segundo Gouvêa o professor será mais importante do que nunca:
... pois ele precisa se apropriar dessa tecnologia e introduzi-la na sala de aula, no dia-a-dia, da mesma forma que um professor, que um dia, introduziu o primeiro livro numa escola e teve de começar a lidar de modo diferente com o conhecimento – sem deixar as outras tecnologias de comunicação de lado. Continuaremos a ensinar e a aprender pela palavra, pelo gesto, pela emoção, pela afetividade, pelos textos lidos e escritos, pela televisão, mas agora também pelo computador, pela informação em tempo real, pela tela em camadas, em janelas que vão se aprofundando às nossas vistas...”
Quando tratamos de formação continuada não é transformar o professor em um especialista em informática, mas de criar condições para que ele se aproprie da utilização desses recursos como um agente transformador. Para isso ele não deve ser capacitado para assumir o papel de transmissor do conhecimento mas sim de um facilitador da construção do conhecimento.
O professor precisa ser levado da defesa em que se encontra para a descoberta desse novo recurso pedagógico e assim refletir e mudar sua postura e prática como educador. Ele precisa ver o laboratório de informática como uma extensão de sua sala de aula e esta deve ser dada por ele e não por uma terceira pessoa.
A informática introduz novas formas de viver, de se relacionar, de se comunicar. Trata-se da criação de novas formas de ensinar e aprender que vão caracterizando uma nova sociedade e um novo homem. Para isso o professor precisa do incentivo da equipe diretiva e precisa que isso esteja alicerçado no Projeto Político Pedagógico da escola em que trabalha para que o mesmo seja assumido no coletivo, para uma verdadeira e sólida transformação.
Referências Bibliográficas:
Gouvêa, Sylvia Figueiredo. Os caminhos do professor na Era da Tecnologia. Acesso Revista da Educação e Informática, Ano 9 – número 13 – abril de 1999.
Textos tirados da Biblioteca do curso Gestão Escola e Tecnologias e foi extraído do site http://www.proinfo.mec.ov.br – Biblioteca > Publicações.
Abranches, Sérgio Paulino. Informática e Educação – o Paradigma Pedagógico da Informática Educativa: Algumas implicações para o trabalho docente.
Autora: Ana Virginia Petzhold
Na era da globalização e dos avanços científicos em que vivemos, a educação aparece com exigências ainda maiores no que diz respeito à sua qualidade, o que faz das tecnologias um tema muito importante e de muito estudo por parte dos educadores que hoje se deparam com essa nova forma de interagir com o aluno.
Nesse contexto a informática tem sido considerada como um evento quase mágico que cai sobre a escola para resolver todos seus problemas. Mas o simples fato de introduzir os computadores nas escolas não garante a solução os problemas educacionais, podendo ser usado apenas como mais um instrumento.
Algumas vezes os laboratórios de informática ou computação acabam sob o controle de um técnico ou especialista e com um currículo voltado para o uso do computador, passando a ser mais uma disciplina da grade ou matriz curricular.
Por outro lado, a falta deste profissional em algumas escolas acaba sendo empecilho ou desculpa para os professores não usarem estas ferramentas na sua prática docente.
A utilização desse recurso também é visto como sinal de novidade, modernidade, servindo inclusive como chamarisco para os pais efetuarem a matrícula nessa escola devido a computação que a mesma oferece. Se assim for corremos o risco de utilizar recursos inovadores de maneira tradicional.
A possibilidade com que a informática será apresentada tem como agente transformador ou conservador o professor. Está centrado em seu fazer pedagógico o uso que o computador terá no contexto escolar.
Entende-se que a principal tarefa do uso da informática na educação é a de romper com barreiras, paradigmas ultrapassados que não contribuem para o desenvolvimento integral do educando e nem possibilitam ao educador o mesmo.
Ao mesmo tempo que promete novas possibilidades para a educação, a utilização de tecnologias no ensino exige do professor dominar as funções básicas dos computadores, planejar e organizar aulas utilizando os recursos da informática e repassar os conteúdos a partir do computador. Então, surge a indagação: os professores estão prontos para essa nova função?
Os professores e a informática
A escola, nos dias atuais, vem passando por uma série de questionamentos principalmente quanto a sua ritualização, conteúdos preestabelecidos e fragmentados, carga horária, calendário, o pedagógico centrado no giz, no quadro e na palavra do professor.
Os gestores das escolas públicas e privadas preocupados com a modernização do ensino montam laboratórios de informática e o desejo de todos os envolvidos é oferecer um programa a seus alunos que a contemple. Mas a prática pedagógica não é alterada simplesmente através de uma imposição externa, que acontece em relação ao professor, para que estes adotem no seu cotidiano, a utilização da informática é preciso que esta seja vivenciada pelos mesmos.
A forma como os professores se relacionam com a tecnologia dependerá também de sua história individual, dos saberes construídos, do contexto em que está inserido, da forma como se relaciona com os alunos. Faz-se necessário o desenvolvimento de novas competências que exige a construção de conhecimentos que não fizeram parte usualmente da formação inicial do docente. Surgem, então, situações pouco familiares ao fazer docente.
O uso das tecnologias vão exigir novos modos de fazer aquilo que já se vinha fazendo. Isso mexe com as pessoas, altera suas posições em relação ao trabalho e ao modo como entendem suas funções. Representam perigos mas também possibilidades, novas oportunidades.
As reações dos professores com a informática são extremadas. Alguns acreditam que tudo se resolverá por seu intermédio, outros acreditam que não passam de utopia. Outros ainda a percebem como risco de substituição do papel docente no processo ensino e aprendizagem. Preocupam-se ainda com o fato de não serem mais o centro do saber e que ainda tenham que admitir serem analfabetos digitais, muitos com medos, receios que não foram superados quanto aos recursos tecnológicos.
Os alunos da atualidade são crianças e adolescentes que já nasceram nesta sociedade tecnológica, pertencem a essa geração computadorizada. Indicam um novo processo de produção do conhecimento, ainda desconhecido e não praticado pela escola. Para isso é preciso estar atento e aberto para essas novas formas de aprender propiciadas pelas novas tecnologias e criar novas formas de ensinar, sob a pena de a escola se tornar obsoleta.
Assim, para que a tecnologia da informação e da comunicação seja incorporada ao sistema educacional e provoque mudanças significativas, é necessário, sim, que os computadores não sejam apenas colocados nas escolas, mas que os professores recebam formação continuada preocupada em criar outras formas de ensinar.
Os professores e a formação continuada
Muitos professores quando se referem a essa formação continuada a denominam de treinamento, orientação, preparação, capacitação sempre com um sentido técnico. A formação deve ser pensada para um trabalho pedagógico que exija do professor um novo fazer.
Segundo Gouvêa o professor será mais importante do que nunca:
... pois ele precisa se apropriar dessa tecnologia e introduzi-la na sala de aula, no dia-a-dia, da mesma forma que um professor, que um dia, introduziu o primeiro livro numa escola e teve de começar a lidar de modo diferente com o conhecimento – sem deixar as outras tecnologias de comunicação de lado. Continuaremos a ensinar e a aprender pela palavra, pelo gesto, pela emoção, pela afetividade, pelos textos lidos e escritos, pela televisão, mas agora também pelo computador, pela informação em tempo real, pela tela em camadas, em janelas que vão se aprofundando às nossas vistas...”
Quando tratamos de formação continuada não é transformar o professor em um especialista em informática, mas de criar condições para que ele se aproprie da utilização desses recursos como um agente transformador. Para isso ele não deve ser capacitado para assumir o papel de transmissor do conhecimento mas sim de um facilitador da construção do conhecimento.
O professor precisa ser levado da defesa em que se encontra para a descoberta desse novo recurso pedagógico e assim refletir e mudar sua postura e prática como educador. Ele precisa ver o laboratório de informática como uma extensão de sua sala de aula e esta deve ser dada por ele e não por uma terceira pessoa.
A informática introduz novas formas de viver, de se relacionar, de se comunicar. Trata-se da criação de novas formas de ensinar e aprender que vão caracterizando uma nova sociedade e um novo homem. Para isso o professor precisa do incentivo da equipe diretiva e precisa que isso esteja alicerçado no Projeto Político Pedagógico da escola em que trabalha para que o mesmo seja assumido no coletivo, para uma verdadeira e sólida transformação.
Referências Bibliográficas:
Gouvêa, Sylvia Figueiredo. Os caminhos do professor na Era da Tecnologia. Acesso Revista da Educação e Informática, Ano 9 – número 13 – abril de 1999.
Textos tirados da Biblioteca do curso Gestão Escola e Tecnologias e foi extraído do site http://www.proinfo.mec.ov.br – Biblioteca > Publicações.
Abranches, Sérgio Paulino. Informática e Educação – o Paradigma Pedagógico da Informática Educativa: Algumas implicações para o trabalho docente.
6 comentários:
Pois é, as tecnologias caíram de paraquedas nas escolas e os professores estão pouco ou quase nada preparados para tanto, os alunos usam muito a internet, mas será que realmente sabem usar como vc disse para aprender???
Eu me questiono e procuro me atualizar, embora muitas vezes penso que ainda não tenho quase nada de conhecimento nesta área.
Realmente, as tecnologias sozinhas não mudam nada precisamos rever nossa prática, mas precisamos nos preparar para não ficar à margem. desta evolução tecnológica.
O Problema é que não temos tempo para formação, temos que trabalhar 40 ou 60 horas em duas ou três escolas diferentes e quando poderemos aprender essa "tal tecnologia" em que horário???? Sei da necessidade até concordo plenamente que é necessário.
Eu mesmo uso meu tempo livre ( se é que posso dizer que tenho tempo livre trabalhando em 3 escolas nos 3 turnos) para tentar aprender um pouco e não ficar aliado ao meio dessas tecnologias.
Mas pessoal, somos educadores e temos que tentar nos aperfeiçoar.... Todo bom profissional tenta fazer cursos...aprender mais na sua área para ser melhor...e nós??? Vamos parar de dizer que não temos tempo e começar a buscar novas formas de levantar o índice da educação Brasileira.
Pessoal, o uso das tecnologias exigem sim novo fazer pedagógico e tempo para atualização e estudo, mas o que na vida se pode fazer bem se não exigir esforço... e se somos educadores não devemos estar sempre nos reciclando??? Sempre buscando...como queremos que os alunos participem...aprendam se não nos envolvemos....
Olá, não pude deixar de comentar, na minha escola os computadores ainda estão sem uso, mas sabemos que temos muito a aprender e e depende da nossa vontade, pois cursos temos o problema é tempo para participar.
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